segunda-feira, 19 de julho de 2010

(re)encontros



Hoje o dia amanheceu frio, cinzento... Lembrei com tanta saudade daqueles dias...
O encontro foi inusitado (ou melhor, o reencontro), foi preciso um pouco de
coragem, perder o medo de olhar nos olhos...
Lembro também de antes desse reencontro, do dia em que finalmente consegui...
Apesar de morrer de vontade de beijá-lo (de olhá-lo e dizer: beijar-te-ei, ou de simplesmente beijá-lo sem nada dizer), nunca tive coragem de roubar um beijo... Tinha medo que ele fugisse, precisava saber que ele deixaria. Mas não precisei roubar... Depois de tanto tempo esperando, depois que tudo já era claro, ele cooperou... Algumas palavras, um olhar tímido, mas que deixava claro o que eu queria, ele beijou. Mas tudo acabou ali... Voltaram os "ois", a "amizade", mas nada de repetir...
Até o reencontro. Lembro do jeito que ele sorriu... olhando-me com olhos tão intensos que por um momento (se eu não soubesse a verdade), eu até acharia que havia sentimento ali. E o abraço, o abraço apertado... Naquele momento, gostando ou não, nós dois sabiamos que era ali que deveriamos estar. Por alguns minutos, muitos minutos, não falamos nada. Eu apenas matava minha vontade, e ele permitia. Ou melhor, ele matava a minha vontade.
Só paramos de nos beijar porque eu tinha hora... Quem manda as horas voarem sempre que estou perto dele? Tive que ir... mesmo morrendo de vontade de ficar.
Terceiro reencontro - o melhor até chegar o quinto - parecia que eu estava conseguindo... Parecia que ele gostava desses encontros assim...
Quarto reencontro: parecia normal, foi ótimo o cinema com ele (cinema... foi o cinema que ajudou no primeiro beijo...) mas ele não estava totalmente ali... O beijo não tinha a mesma intensidade das outras duas vezes (era quase como o primeiro, só que mais distante). Não comentei isso com ele na hora, mas senti... Algo faltou, e eu precisava de mais.
Quinto reencontro: O melhor! Conversamos (pouco, mas conversamos...) Sorrisos e brincadeiras entre os beijos... Abraços apertados... Duas horas voaram... Descobri que ele tem cócegas... E quando ele se despediu, e eu achei que ele já ia, ele me beijou de novo, e de novo...
Tudo bom demais. Como se não fosse real.
E ele tem toda razão: Eu sempre vou querer mais.
É como um vício... E agora o que vou fazer? Como arrancar essa saudade?
Como não querer mais quando foi tão bom? Mesmo sabendo que ele não gosta de mim, eu sei que desses encontros/reencontros ele gostou. Eu pude sentir...
Também lembro de todas as vezes que o encontrei antes daquele primeiro beijo... de todas as conversas, risadas, brincadeiras... ("Porque meia noite o encanto acaba." "Quem vai ver? Ninguém vai ver..." "Eu não uso!")
De todos os encontros na lanchonete, nos corredores, nas ruas... Mas esses encontros antes do beijo, não dá para enumerar...
Foram tantos...

Também sinto falta de bagunçar seu cabelo... Da sua mão em meu rosto, em meu cabelo...

E lembro desses dias (principalmente do último) com uma saudade que já não cabe em mim...

"- Sente falta de si?
- Não, de você. E dói."

(Caio Fernando Abreu)

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