quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Chuva


No ônibus...
Madrugada, chuva forte, relampagos tão fortes que mesmo quem fechou as cortinas e não estava olhando a paisagem podia ver a claridade que entrava pelos vidros das janelas vizinhas.
Não tinha ninguém sentado na poltrona ao lado da minha, e eu desejei que ele estivesse ali... Mas sabia que isso não era possível.
Fazia um friozinho, todos dormiam... Coloquei os pés em cima da poltrona e continuei olhando a paisagem e lembrando de coisas bobas que aconteceram durante esses quase 3 anos... Lembrei também de quantas vezes ouvi "não posso", "vou ver"... Lembrei da cena de terça... A ficha caiu aquele dia. Eu nunca vou ser suficiente para ele. O amor que eu sinto só atrapalha porque ele tem medo. Medo de me dar esperanças, medo de que esse amor cresça. E então ele foge. É sempre assim... Quando tudo começa a "se acertar" ele se afasta.
Tudo que eu queria era ele por perto de vez em quando. Não precisava ser sempre. Mas acontece que, eu nunca sei se vai se repetir.
Acabei adormecendo e acordei quando o ônibus parou em um estacionamento de um posto no meio da BR. O lugar era mal iluminado, várias carretas e caminhões parados. A pouca luz entrava pela janela, e era possível ver as gotas de chuva escorrendo pela janela. Tinha uma poça de água que entregava o quão forte a chuva estava. Olhei para os lados e todos dormiam... Lá fora tudo parado... Até que apareceram dois homens empurrando uma caixa d'água e colocando-a em cima de um caminhão. É aí que você percebe que o mundo não para de madrugada, nem com chuva e raios. Os homens sairam e continuei a observar a poça e a àgua escorrendo pelo vidro.
A luz escondia um pouco o clarão dos relâmpagos... Na BR sem luz nenhuma, eles pareciam bem mais fortes. Continuamos a viagem.... Enquanto eu via a chuva, a paisagem, os relâmpagos, o rio... eu pensava nele. E a cena de terça ficava passando e repassando em minha mente. E eu sabia que eu tinha que parar de insistir em uma causa perdida. "Game Over". E isso dói. "Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido".
Tenho que deixar o passado no passado. Acontece que "ainda não passou". E eu sei que nunca vou sentir isso de novo. Fico me perguntando o que fazer... Será que eu consigo controlar? Tenho que conseguir. Além de todo esse cenário que já traz lembranças, saudades e dor, a viagem tinha até trilha sonora: 'Pra você guardei o amor', 'N' (Nando Reia), Por enquanto (Cássia Eller), Avassaladoras (Paulo Ricardo), Não faça assim (Kid Abelha), Ilusion (Julieta Venegas e Marisa Monte), Stop Crying Your heart out (Oasis), Porque eu sei que é amor (Titãs), Segredos (Frejat), Incondicionalmente, Nunca disse Adeus (Capital Inicial), Sozinho (Caetano Veloso)...

-----------------------------------------
"Não me arrependo de nada. Mas vezenquando passa pela cabeça um "ah, podia ter sido diferente!"" (Caio Fernando Abreu)

"(...)repetindo, repetindo, repetindo, como num disco riscado ... o velho texto batido."


"E você diz que tudo terminou, mas qualquer um pode ver... que só terminou pra você." (Renato Russo)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"Essa morte constante das coisas é o que mais dói..."


Quando a saudade aperta demais, você começa a sonhar com a pessoa todas as noites... Talvez uma maneira de tê-la por perto, mas isso só aumenta a vontade de transformar o sonho em realidade, de esquecer tudo e tentar mais uma vez. Mesmo sabendo que pode não dar certo. Aprendi que, quem fica parado não perde mas também não ganha. E por isso me arrisco.

Apostei todas as minhas fichas em um único amor. Já gostei de outras pessoas... Mas amar, amar mesmo, só uma vez.
E não consigo me interessar por mais nada, nem por ninguém...
Minha amiga vive me ofertando o irmão: "Esqueça esse "UREIA" que não te quer e vire minha cunhada (ou, só fique com meu irmão). Ele cozinha, lava a louça, é bonitão, já começou a te ensinar a tocar violão, vai te dar atenção (diferente do "ureia") e ainda ESTÁ AFIM. Aproveite!"

Nessas horas eu tenho ainda mais certeza: "Amor é falta de QI".

Eu simplesmente não consigo! Não consigo me envolver com ninguém... Pode aparecer a pessoas mais perfeita (como parece ser o irmão da minha amiga), eu vou continuar preferindo o "imperfeito". Isso não era um problema, já que, ele apesar de não mostrar interesse, satisfazia alguns dos meus caprichos e ficou comigo 9 vezes.

Acontece que, nessa última vez, a ficha caiu.
Percebi que sou eu quem procura sempre, quem sente falta... (Tá, ele me beija primeiro quando a gente se encontra, mas nunca faz por onde a gente se encontrar). E só fica porque sabe o quanto eu quero.

Ficamos antes da aula (rapidinho... uns 20 minutos), depois ele teve que ir pra sala... Sentei em uma das mesas do mini-shopping com um amigo de mesmo nome que o dele, e justamente daquela mesa eu podia ver o coredor do bloco B... E pude vê-lo passar pelo corredor, subir as escadas (através dos vidros) e andar até a porta da sala para espiar quem estava lá. Nessa hora me senti de volta a lanchonete do campus I... De volta ao "observar de longe"... Eu o observava sempre (até ele mudar de campus). Era como se tivesse um ímã... que puxava minha atenção. Eu até cheguei a sorrir lembrando...

Na saída, nos falamos... E ele disse que ia pra academia... Consegui um beijinho... E aí ele parou dizendo que já ia... Eu tentando mantê-lo mais tempo ali dei outro beijo e não ia parar mais... (hehe) Mas ele falou "Tá bom" entre o beijo... Parei. Fiquei calada olhando para baixo. Minha ficha estava caindo. Ia ser pra sempre assim. Eu sempre com sede de mais, e ele sempre "fugindo" sem suprir. (Da última vez ele parecia tãão afim...) Ele é muito inconstante, um dia parece gostar de estar ali... Outro, parece que está me fazendo um favor. Peguei minha bolsa, dei tchau e saí. Saí sem olhar para trás, tive medo de olhar pra trás e deixar um pedaço meu lá, medo de olhar e querer voltar... Ou, de nunca esquecer a cena...

Eu não quero isso pra mim. Preciso parar. E mesmo que eu quisesse continuar nesse "chove não molha", ele ia ficar inventando desculpas por no mínimo um mês ("hoje não dá", "vou ver", "não posso"...), até "estar afim", ou ir só para me satisfazer.
E até quando isso vai durar? Um dia ou dois felizes, e um mês sentindo saudades e esperando...

Eu preciso de mais amor-próprio.

-----------------------------------------
"Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pentencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.
Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem." (Verônica Heiss)

"Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões." (Clarice Lispector)

"Aperta minha mão e me diz que eu posso deixar tudo isso pra trás sem tanta dor." (Tati Bernardi)

"Ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim."
"E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos." (Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


Quantas vezes eu disse que não faria mais isso... Que eu não podia me contentar com o que eu tinha. Que eu não podia viver em busca de um amor impossível... Que eu tinha que viver e parar de “correr atrás”. Mas eu queria acreditar que o amor podia vencer tudo... Que eu podia vencer os obstáculos e chegar ao coração dele. A vida ficava melhor quando eu acreditava. Quando eu desistia, ficava infeliz. Quando eu me afastava, sentia uma falta absurda. Não conseguia me afastar por muito tempo, e pensava que talvez me afastando eu estivesse jogando fora a chance. Por outro lado, me afastar podia ser o melhor... Eu tinha medo de desistir e depois olhar para trás e pensar: “Talvez se eu tivesse tentado mais...” Então decidi que ia tentar o quanto eu pudesse.
É difícil lutar quando a pessoa não abre uma brechinha, e você precisa meio que implorar por atenção... Eu já tinha esquecido o que era orgulho há muito tempo... Resolvi seguir a linha “tá na lama, comece a brincar”. E mais uma vez deixei claro o quanto eu precisa vê-lo... Deixei o orgulho de lado e arrisquei mais uma vez... Ouvi um “não posso”... Mas eu queria. Eu precisava, e eu ia vê-lo nem que eu tivesse que “caçá-lo” em cada canto da cidade. Não precisei porque ele acabou cedendo. Resolveu gastar uns minutos do seu tempo comigo...
E lá estava eu, mais uma vez, indo ao encontro dele. Sentada olhando a paisagem passar e me perguntando: Por que tudo é tão difícil? Por que ao menos uma vez na vida ele não facilita as coisas para mim? Por que quando a gente se encontra é tão bom, ele é tão legal, e fofo e carinhoso... Mas quando estamos longe é tão frio e meio que me ignora? Por que eu não consigo esquecê-lo? Eu sei que ele não gosta de mim, mas admitiu que tinha sido o melhor beijo que ele já deu... Se foi o melhor, por que não tenta repetir? Toda vez que a gente se encontra, acontece. Mas ele não tenta me encontrar, sempre sou eu quem sente saudades e faz loucuras para vê-lo.
Sou eu quem sai de uma cidade para outra, quem visita o campus II para encontrá-lo “por acaso”, quem espera ansiosa para vê-lo, quem fica triste quando combinamos algo e ele cancela.
Não me arrependo de nada. Digamos até, que ele fez da minha vida mais divertida, que graças a ele, tenho histórias para contar... Dizem que primeiro amor a gente nunca esquece... E eu sei que mesmo que o tempo passe, que não dê em nada, que a gente mal converse, ou que perca contato, sempre vou lembrar.
Quinta – feira (dia 14/10) foi a última vez que o vi... (depois de 1 mês e 14 dias sem vê-lo), tão bom senti-lo perto, sentir o cheirinho, o abraço... Poder ver aquele sorriso... É algo sem preço. Fecho os olhos e relembro a cena... Ele chegando ao mini-shopping e andando até a mesa que eu estava... A camisa social branca... (bem cara de Arquiteto mesmo). O sorriso dele quando falou comigo... Eu queria isso mais vezes. Mas ele não me chama mais para nada... Se eu quiser, terei que chamar... E com certeza ouviria um “vou ver”/”não posso”, nunca um “vamos” de primeira.
E enquanto isso, os dias passam, a saudade aumenta... Até que eu repita tudo. Ou, até que eu acorde com meu orgulho de volta, decidida a tentar esquecer (já tentei e não consegui), e com os pés no chão. Talvez um dia eu me canse de tentar, de ser dependente, canse das migalhinhas que recebo, e resolva viver. E resolva abrir mão, deixar pra lá.
Mas isso é que é o amor? O “fim” do amor é assim? Você nada para morrer na praia?
Você luta para desistir?
Como saber a hora certa de parar? Porque também não podemos nos fechar para o mundo e ficar presos para sempre a um amor unilateral/impossível... São tantas as perguntas. E o que eu sei é que: Nesse momento, eu quero continuar. Eu quero me jogar... Quero poder olhar para trás e dizer “eu tentei!”. Fiz o possível e até mesmo o impossível... E se mesmo assim, eu não conseguir, paciência. A culpa não terá sido minha.



-------------------------------------------

"Outubro, por favor, faça tudo dar certo. Ou só menos errado.
Só por um mês, faça tudo dar certo, depois veremos o que vamos fazer em novembro…" (Caio Fernando Abreu)


"Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. (...) Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo")..."
"Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas."
(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Escrevo coisas e um tempo depois quando vou reler acho tudo meio dramático. Acontece que era o que eu sentia naquele momento. E depois que passa, você pode analisar tudo de forma mais serena, e aí você começa a ver o assunto com mais racionalidade e menos sensibilidade. E você percebe o quanto foi piegas, dramática...

Adoro passar horas lendo blogs, escrevendo... Como disse o Moa, o blog é: “ uma troca de presentes. Nem sempre gostamos dos presentes que nos são oferecidos, mas quando gostamos nos sentimos mais próximos de quem nos presenteia.” (Moa).
Podemos compartilhar histórias, compartilhar coisas nossas que muitas vezes são um pouco dos outros também. Quem nunca teve um grande amor, um amor impossível... Quem nunca teve dias tristes? Quem nunca teve dias de extrema euforia, momentos inesquecíveis.... Dias de sol e dias de chuva?

Esse compartilhar histórias/sentimentos mostra que não estamos sozinhos... Que sempre há esperança... Que algumas histórias “acabam” bem.... E que mesmo que acabe mal, você vai sobreviver. Porque todo mundo sobrevive. E no futuro, você vai olhar para trás com uma saudadezinha mas vai começar a enxergar aquilo como algo bom que passou pela sua vida, vai deixar de lamentar o fim.


"Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nesta viva, mas vive."
(Caio Fernando Abreu)


-----------------------------------------

Vi esse vídeo e me deu uma saudade do meu diário...
Já tive 3... E o último ainda tem folhas, mas o "abandonei"...
Agora escrevo no blog, na AP...
Vou lá resgatá-lo, e completar as folhas com todas as coisas que quero lembrar
no futuro... (vou aproveitar e reler também... ^^)




.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Segunda-feira, 11 de outubro de 2010. (21:15)

Meu professor falando sobre Vanguardas... Cubismo, Dadaísmo, Futurismo...
A aula está interessante... Mas ele sempre tem que falar sobre o Romantismo. Sobre amores impossíveis, tragédias... Sempre tem que ler algum poema. E alguns me lembram trechos do Caio Fernando Abreu e trechos da Tati Bernardi. Anoto alguns na agenda... Escrevendo e lembrando do AP (amor platônico), tem coisas "tão nossas" em alguns poemas... Tem coisas "tão nossas" em trechos do Caio e em trechos da Tati.
Gosto quando o professor muda de assunto, quando deixamos o Romantismo de lado, quando vamos para outro assunto interessante que não machuca. Eu mergulho na aula quando falamos sobre Vanguardas, Semana de Arte Moderna, paro de pensar um pouco nas coisas vividas aqui na universidade, por um momento paro de sentir esse vazio que vive comigo há um tempo. Mas o professor insiste em sempre voltar para histórias de amor... E as histórias me fazem lembrar de coisas... Quando percebo, estou olhando para a porta... Lembrando das vezes que vi o AP passando pelo corredor. Desde que ele se foi eu nem presto mais atenção ao corredor. Mas essas histórias, essas histórias que o professor conta, me fazem olhar para o lugar por onde ele passava.
E no fundo eu tenho esperança de que a cena se repita, mesmo sabendo que é impossível. Que droga. O amor é uma droga. Eu só precisava vê-lo para ficar feliz... Mesmo que de longe. E eu acostumei com isso de vê-lo todos os dias... E já não posso... Daqui a pouco vou viajar, e como sempre encostar a cabeça na janela do ônibus, ouvindo música, vendo a paisagem passar, tentando não pensar nele e pensando nele, acompanhada por esse vazio que ele deixou.


"Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma." (Caio Fernando Abreu)

-------------------------------------------------------
"- Então, olhei pro lado e vi. - O quê? - Meu reflexo. Numa dessas portas de vidro. Eu tava lá, toda encolhida, com uma cara infeliz que nem eu pensava que tinha. Nem sabia que sabia fazer tal expressão. (...) - E, essa é a parte totalmente piegas, simbólica e estranha: Caiu um pingo de chuva no meu rosto. Um só. E bem no caminho que as lágrimas fazem, sabe. Minha imaginação disparou. Já estava chegando à conclusão de que o frio que sentia não era externo porra nenhuma, e vem esse pingo celeste. Ser humano é uma praga, né, já comecei a pensar que é uma mensagem divina e blá blá blá. - E não é? - Não, é só uma coincidência ordinária. Já caíram vários pingos de chuva no meu rosto, e meu estado de espírito que determinou o significado. É coisa aleatória, que só tem significado pra mim. Talvez Deus tivesse mesmo usado um conta-gotas, mas o resto é comigo. Se eu estivesse num estado normal de felicidade, só teria pensado: “putz, vai chover”." (Por @helokenne. http://meninadobalaio.wordpress.com/ A Helô tem textos ótimos, tive que colocar esse pedacinho aqui...)

Dia das crianças.


Mesmo depois que crescemos, o nosso lado criança permanece dentro de nós.
E minha mãe sempre diz que sou "uma criança grande". Ela diz isso porque de vez em quando abandono meu lado "gente grande" e faço coisas que fazia quando era criança... Pular na cama elástica aos 20 anos pode parecer estranho, mas eu adoro. xD

domingo, 10 de outubro de 2010

"... tive vontade de sentar na calçada (...) e chorar, mas preferi entrar numa livraria, comprar um caderno lindo e anotar sonhos" (Caio Fernando Abreu)

O mês de setembro se foi... E digamos que foi um “setembro cheio de agostos embutidos”. Passei o mês tentando ocupar meu tempo, me distrair, não pensar... No dia 17 uma fraquezinha... Joguei os 16 dias “longe do vicio” para o alto, e fui em busca do que me faz feliz... Achei que daria certo... Esperei ansiosa que o dia acabasse... Fui para festa (tipo Micareta), dancei, me diverti, mas tudo que eu queria era que chegasse o outro dia (dia 18), só para voltar a vê-lo... Ainda mais agora que eu nunca sei se voltarei a ver... Voltei da festa as 3:45am... Fui dormir pensando: ‘Falta pouco... Ele vai lá me ver... Vou matar a saudade.’ Contei as horas para que a droga do dia passasse e chegasse a hora combinada (20:00). Umas 19:00 horas, depois de ter mandando uma mensagem para confirmar, chega a resposta: ‘Vou não... Passei o dia no Studio, to cansado.’ Senti vontade de convencê-lo... Eu queria tanto. Ia tentar até ele dizer que ia, mas só deixei claro que queria que ele fosse e acabei com um “deixa pra lá...” É, deixa pra lá! Não foi a primeira vez que ele mudou os meus planos... Meu sábado estava acabado. Eu deixei de ir para uma festa em minha cidade porque achei que ia vê-lo, e ele deixa para dizer que não vai 19 horas? Ele teve o dia todo... Ele sabe o quanto é importante para mim. Senti vontade de chorar, não nego. Mas uma amiga estava ao meu lado, e eu tive que fingir que nada havia acontecido... Eu me senti uma boba. Acho que já passei dessa fase de paixãozinha, de choramingar... Mas eu estava tremendo, e não era de raiva. Era de medo. Medo porque naquele momento eu achei que nunca mais voltaria a vê-lo. Ali a ficha caiu. Não tinha mais universidade para vê-lo, e agora ele já não atendia aos meus “chamados”. E ele já não falava comigo todo dia no MSN, nem me mandava mais mensagens, nem responderia as minhas... Eu o vi saindo da minha vida assim do nada. De vez. E talvez para sempre.

Fomos para a casa da minha amiga e chegando lá, (re)conheci o irmão dela (já tinha o visto uma vez há uns 4 anos). Começamos a conversar e comentei que queria saber tocar violão, então ele pegou dois violões e começou a me ensinar... Aprendi bastante coisa (mas nem pratiquei depois), foi uma aula divertida. Depois saímos os três, para comer Tapioca de Frango com queijo (pedida igual sem ninguém ver o pedido um do outro) na Orla (isso as 23hrs). Percebi um certo interesse dele, mas pode ser coisa da minha cabeça. Só sei que, minha amiga e o irmão fizeram da minha noite de sábado bem divertida. No domingo, ele me levou na rodoviária, todo prestativo... Carregou minha mala, me deu abraço de despedida... Esperou o ônibus comigo e só saiu de lá quando entrei no ônibus. Voltei para casa não com o final de semana que eu esperei, mas com um final de semana legal. E aí eu decidi que eu precisava viver e esquecer o AP (amor platônico). Consegui me manter decidida por uns 2 dias... (hihihi) A falta que ele faz é tanta que era como se eu tivesse esquecido que ele sempre acaba me enrolando (porquenãomequer), e lá estava eu planejando mais um jeito de encontrá-lo. Minhas amigas queriam me “matar” porque eu não dei corda para o “professor de violão” (haha). Acontece que eu ainda estou presa demais ao passado. E estou cega, não vejo em volta (Na verdade até vejo haha, mas não me interesso por nada, por ninguém...). Não vejo graça em nada... Um ‘oi’ do AP tem mais efeito do que um ‘Você é linda’ de qualquer outra pessoa. Dia 22 foi meu aniversário, e eu sinceramente achei que o AP não ia me desejar parabéns... Veio um recadinho: ‘parabéns! =]’ (Ele é sempre tão do contra que quando eu tinha vergonha de falar certas coisas ele mandou: “parabéns, você merece tudo de melhor que existe no mundo. :)” Só porque esse ano eu tava pensando em responder com: ’eu só quero você. ;P’ Ele não mandou). Respondi com um ‘obrigada’, frio e gelado como ele estava. Os dias foram passando e no dia 28 enquanto eu falava sobre ele na cozinha (hihihi), ele falava comigo no MSN: ‘desculpe por eu ter me afastado...’ . Quando voltei e vi, coração disparou... Eu respondi com: ‘foram tantas “afastadas” nesses quase 3 anos...’ . Achei que voltaríamos a nos falar como antes... Que nada. Ele se afastou de novo no dia seguinte. Eu não sei porque sempre crio expectativas, eu já sei que vai ser assim... É sempre assim. Resolvi que mesmo querendo, ia deixar ele fazer o quisesse, que eu nunca mais ia puxar assunto... Que quando ele quisesse ele viesse. Sabia também que talvez ele nunca mais falasse. Nada estava igual depois daquele 1º de setembro. E é assim que vem sendo minha vida há um tempo, um dia de felicidade, 15 dias/1 mês de saudade, de afastamento... Depende muito do humor dele. Não resisto muito... sempre acabo querendo saber como ele está... Sonho com ele praticamente todas as noites. Quarta-feira (06/10), ele me mandou uma mensagem... Fiquei surpresa. ‘Tô com uma gripe da gota :(‘ . Respondi e até agora estou sem sinal de vida. Mandei outra ontem, perguntando se ele tava melhor... Nada. Antes de ficarmos, ele sempre respondia. E mandava mais também... Qual terá sido o erro? Onde foi que nos perdermos ainda mais?

O que eu sei é que tenho ótimas companhias para suprir o que me falta: CHOCOLATE, Morango com leite condensado, festas, amigos, internet, livros, escrever... (E que nada adianta... Porque demoro horas para dormir pensando nele... Lembrando com saudades de coisas que ele nem deve lembrar mais. Coisas bobas, como um ‘oi’, um sorriso, uma palavra, uma brincadeira... Um olhar, um abraço, um beijo. Porque sonho com ele, porque acordo e fico na cama olhando para o teto e lembrando do sonho que tive com ele. Porque me pergunto se nem sequer no fundo ele achou bom... Porque cada mordida no chocolate é uma lembrança... Porque eu luto contra mim, todo dia uma batalha nova. Todo dia eu tenho que me ocupar para afastar essas lembranças da mente, para esquecer da falta que ele me faz... E não tem festa, nem chocolate, nem amigo, nem livro, nem “desabafo” que mude isso).
“- Não olhe para trás. Em plataformas de trens [assim como em todas as despedidas] se olharmos para trás, essa imagem continuará para sempre, como uma PROMESSA.”



Se você olhar para trás, quer voltar sempre. É preciso pensar no futuro e deixar o passado para trás. Sem dor. É preciso parar de tentar voltar, é preciso seguir em frente, e se o passado tiver que fazer parte do seu futuro, ele vai até você.

---------------------------------
“Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada.” (Tati Bernardi)

Recomendo: http://www.tatibernardi.com.br/textos.php?id=235&y=2008&tit=N%E3o-%E9-feito-pra-dar-certo (Quase sempre é assim).