sábado, 2 de abril de 2011

Desapego.


Hoje eu tive a certeza de que é hora de deixar algumas coisas para trás... Parece fácil, mas não é! São 2 da manhã, e eu estou sentada no chão da sala, atrás do sofá (no escuro para não acordar ninguém) aproveitando a luz que entra da rua pelos vidros. Tudo porque eu precisava escrever! Eu não ia conseguir dormir com tantos pensamentos invadindo a mente... É tão difícil desistir daquilo que se ama... Ainda mais depois de lutar tanto... Mas sabe quando você percebe que chegou a hora de soltar o balão e deixá-lo ir?

Não escrevi sobre as “novas aventuras”... Não contei que pude matar a saudade duas vezes esse ano... Nem contei de todas as vezes que o vi... Não contei nada sobre o almoço um dia depois do Projeto Verão... (Eu esperava bem mais dessa visita, mas mal olhamos pra cara um do outro).

Dia 19/01 e dia 15/03 eu senti de novo aquela velha alegria... aquela sensação de estar viva... de que tudo é possível... Mas no outro dia a realidade sempre bate em minha porta... Até quando seria assim? Um dia feliz, 29 ou 30 dias esperando... sem sequer um ‘oi’...
E eu percebi que nada nunca mais foi igual desde o final de Agosto. Que não adianta tentar... Que eu não consigo mais fazer tudo voltar... Que eu nunca mais vou ouvir “Foi o melhor beijo que eu já dei... =]” nem “Toda vez que escuto as músicas que estavam tocando no carro aquele dia, lembro de você...” Nem vou conseguir fazer com que ele volte a falar comigo todo dia (mesmo que como amigo)... Nem fazer com que ele volte a me mandar mensagens do nada (mesmo que fosse só “:)” ou “Ainda sem net?, mostrando que percebeu o meu ‘sumiço’...) Não dá pra voltar no tempo... E eu morro de medo de tentar me reaproximar... Porque eu morro de medo de incomodá-lo... Porque eu morro de medo do que ele vai pensar...

Dia 15 de março foi a última vez que o vi (e a última vez que conversamos)... Saímos, ficamos... Tinha música ao vivo no shopping... E quando chegamos estava tocando bem o pedaço “Amor eu sinto a sua falta e a falta é a morte da esperança”... A noite acabou com a gente ouvindo U2 (e a música Perfect – Smashing Pumpinks)... Eu com a cabeça encostada no ombro dele... E ele, (por um milagre) com o braço em volta de mim. Foi tão bom. Depois ele tirou... Parece ter medo... Ele se deixa levar mas depois é como se achasse errado... Diz ele que tem medo de me machucar.
[Se for para contar todos os detalhes desse dia, não vai ser um texto... Vai ser um livro. Hehehe] Minha prima disse que eu deveria escrever um livro com toda a história... Para lembrar e rir no futuro. Eu já conto bastante aqui... Mas confesso que tem muita situação engraçada que eu não contei. Eu disse para ela que não é uma boa idéia. Seriam provas dos meus crimes. ahsuahsuahsua...

E eu achei que era pra ser... Depois de tanta coisa do destino... Pensei: “Quando a faculdade acabar, nunca mais vou vê-lo.” E aí a mãe dele acaba entrando na minha vida. Ela é uma ponte. Eu só voltei a vê-lo depois que a faculdade acabou, por causa dela. (Ela é muito legal. E desde que me conheceu está presente em todos os momentos da minha vida. Estava na minha formatura... Liga...) Eu nunca imaginei que ia conhecê-la.

Mas agora eu já não sei... É sempre “quase” (desde 2008). Eu quase consigo, mas nunca consigo! Tudo que eu posso fazer agora é tentar não vê-lo mais... Parar de acreditar que talvez um dia o amor falasse mais alto. Eu já falei outras vezes que ia desistir... Que não ia mais me importar com a indiferença dele... Mas sempre acabava “voltando”. Porque eu achava que toda vez que a vida o colocava de volta no meu caminho, era um sinal do destino... Era “um sinal” de que um dia daria certo.

Soltarei o balão... Vou parar de lutar em vão. Se for pra ser, o vento trará o balão de volta. (A diferença é que agora eu vou parar de esperar a volta do balão e não vou fazer nada pra ele voltar...). Mesmo que demore, mesmo que o balão vá para longe... Se for pra ser, ele vai parar aqui de novo... No mesmo lugar.

12 comentários:

  1. Escrever e perceber que alguém lê, nos traz uma sensação boa de estar ajudando aquela alma que precisava de afeto. Aconchego nas suas palavras, como uma sutil caricia nos cabelos perto da nuca.
    Sucesso na escrita.

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  2. Belíssimo, Kamyla!
    Acho que não caberia tentar dar rumos ao balão. Ser for pra voltar, como você disse, ele voltará.
    Beijos beijos!

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  3. ai, meu Deus, Kamy!

    que triste, mas necessário.

    e pensa que estamos aqui (digo por toda a AP) procê! \o/

    Não saia correndo pra ver pra onde esse balão vai.

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  4. "Soltarei o balão... Vou parar de lutar em vão.[...] Se for pra ser, ele vai parar aqui de novo... No mesmo lugar."

    Que lindo isso...cada coisa tem seu tempo certo de acontecer...
    bjs
    adorei o blog!

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  5. Kamys... linda e amadaaaa...
    Tão difícil entender que devemos deixar ir, né??
    Tão difícil perceber que os sorrisos bobos já não existem mais... Que tudo mudou quando dentro de nós tudo continua igual!
    Me vi aqui... em suas palavras...
    Que a vida nos reserve muitas felicidades e sorrisos...
    Que os sonhos não morram... apenas adormeçam para uma hora, quem sabe, acordarem para que possamos vivê-los...
    Te amo, guria...
    beijos

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  6. Kamyla entre tantos textos que já tive o prazer de ler, este certamente foi a melhor e mais profunda definição do que vivo e do que decidir viver.

    Confesso que seu texto foi o que faltava para o fim do desassossego do meu coração.

    --- Mas sabe quando você percebe que chegou a hora de soltar o balão e deixá-lo ir?

    Sei perfeitamente... E é chegada a hora.

    Obrigada.

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  7. Chorei lendo.
    E toda a minha torcida pra que esse balão volte em suas mãos sem que vc tenha que fazer esforço algum ...
    Quero todo o bem do mundo pra vc.
    Te amo sua linda.
    Laissa

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  8. Chorei,rs é minha história nesse momento.
    Também vou soltar o balão e só Deus sabe se ele vai voltar.
    Obg, por este lugar

    ( Jesus te abençoe e agora,com ou sem o balão,vc esteja bem e sempre inspirada)

    Beijos

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    1. Alba, que linda você! Estou bem... a inspiração que anda fugindo de mim... Acho que quanto mais dói, mais a gente escreve. E parou de doer.
      E você, está bem? E o seu balão? rs.
      Beijos.

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  9. Nooooosa Kamyla, me identifiquei bastante com a sua história. A minha começou no mesmo ano que a sua em 2008. Hoje me sinto destruída, estamos juntos, mas no fundo sei que ele não gosta mais de mim faz tempo, e a frieza dele está fazendo com que o que eu sinto acabe. Estou tão machucada. Ontem íamos sair, pedi pra ele parar num restaurante, pois não havia almoçado e iria comprar um pizza, eu disse a ele q iria demorar no máximo 15 min, e quando voltei com a pizza pra nós dois, ele desviou a rota e disse que iria me levar pra casa, pois eu o estava fazendo de palhaço. Poxa, penso e faço de tudo para ficarmos juntos, comprei isso na intenção de comermos juntos. Enfim.... Minha situação é tão complicada, que eu gostaria de algum conselho seu. Vc tem skype ou email? Beijokaas

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  10. É exatamente isso que preciso fazer...soltar o balão.

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