quarta-feira, 20 de outubro de 2010


Quantas vezes eu disse que não faria mais isso... Que eu não podia me contentar com o que eu tinha. Que eu não podia viver em busca de um amor impossível... Que eu tinha que viver e parar de “correr atrás”. Mas eu queria acreditar que o amor podia vencer tudo... Que eu podia vencer os obstáculos e chegar ao coração dele. A vida ficava melhor quando eu acreditava. Quando eu desistia, ficava infeliz. Quando eu me afastava, sentia uma falta absurda. Não conseguia me afastar por muito tempo, e pensava que talvez me afastando eu estivesse jogando fora a chance. Por outro lado, me afastar podia ser o melhor... Eu tinha medo de desistir e depois olhar para trás e pensar: “Talvez se eu tivesse tentado mais...” Então decidi que ia tentar o quanto eu pudesse.
É difícil lutar quando a pessoa não abre uma brechinha, e você precisa meio que implorar por atenção... Eu já tinha esquecido o que era orgulho há muito tempo... Resolvi seguir a linha “tá na lama, comece a brincar”. E mais uma vez deixei claro o quanto eu precisa vê-lo... Deixei o orgulho de lado e arrisquei mais uma vez... Ouvi um “não posso”... Mas eu queria. Eu precisava, e eu ia vê-lo nem que eu tivesse que “caçá-lo” em cada canto da cidade. Não precisei porque ele acabou cedendo. Resolveu gastar uns minutos do seu tempo comigo...
E lá estava eu, mais uma vez, indo ao encontro dele. Sentada olhando a paisagem passar e me perguntando: Por que tudo é tão difícil? Por que ao menos uma vez na vida ele não facilita as coisas para mim? Por que quando a gente se encontra é tão bom, ele é tão legal, e fofo e carinhoso... Mas quando estamos longe é tão frio e meio que me ignora? Por que eu não consigo esquecê-lo? Eu sei que ele não gosta de mim, mas admitiu que tinha sido o melhor beijo que ele já deu... Se foi o melhor, por que não tenta repetir? Toda vez que a gente se encontra, acontece. Mas ele não tenta me encontrar, sempre sou eu quem sente saudades e faz loucuras para vê-lo.
Sou eu quem sai de uma cidade para outra, quem visita o campus II para encontrá-lo “por acaso”, quem espera ansiosa para vê-lo, quem fica triste quando combinamos algo e ele cancela.
Não me arrependo de nada. Digamos até, que ele fez da minha vida mais divertida, que graças a ele, tenho histórias para contar... Dizem que primeiro amor a gente nunca esquece... E eu sei que mesmo que o tempo passe, que não dê em nada, que a gente mal converse, ou que perca contato, sempre vou lembrar.
Quinta – feira (dia 14/10) foi a última vez que o vi... (depois de 1 mês e 14 dias sem vê-lo), tão bom senti-lo perto, sentir o cheirinho, o abraço... Poder ver aquele sorriso... É algo sem preço. Fecho os olhos e relembro a cena... Ele chegando ao mini-shopping e andando até a mesa que eu estava... A camisa social branca... (bem cara de Arquiteto mesmo). O sorriso dele quando falou comigo... Eu queria isso mais vezes. Mas ele não me chama mais para nada... Se eu quiser, terei que chamar... E com certeza ouviria um “vou ver”/”não posso”, nunca um “vamos” de primeira.
E enquanto isso, os dias passam, a saudade aumenta... Até que eu repita tudo. Ou, até que eu acorde com meu orgulho de volta, decidida a tentar esquecer (já tentei e não consegui), e com os pés no chão. Talvez um dia eu me canse de tentar, de ser dependente, canse das migalhinhas que recebo, e resolva viver. E resolva abrir mão, deixar pra lá.
Mas isso é que é o amor? O “fim” do amor é assim? Você nada para morrer na praia?
Você luta para desistir?
Como saber a hora certa de parar? Porque também não podemos nos fechar para o mundo e ficar presos para sempre a um amor unilateral/impossível... São tantas as perguntas. E o que eu sei é que: Nesse momento, eu quero continuar. Eu quero me jogar... Quero poder olhar para trás e dizer “eu tentei!”. Fiz o possível e até mesmo o impossível... E se mesmo assim, eu não conseguir, paciência. A culpa não terá sido minha.



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"Outubro, por favor, faça tudo dar certo. Ou só menos errado.
Só por um mês, faça tudo dar certo, depois veremos o que vamos fazer em novembro…" (Caio Fernando Abreu)


"Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. (...) Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo")..."
"Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas."
(Caio Fernando Abreu)

6 comentários:

  1. Kamyla, já percebi que algumas vezes a vida não nos oferece todas as respostas, talvez a melhor saída seja trocarmos as perguntas.
    Bj.

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  2. Carambaa, obrigada, vi agora os teus comentários no meu blog, parabéns. Escreve muito bem a senhorita! :)

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  3. Seus textos são cheios de sensibilidade e amor. E isso é lindo! Parabéns :)

    "Fiz o possível e até mesmo o impossível... E se mesmo assim, eu não conseguir, paciência. A culpa não terá sido minha." Não mesmo!

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  4. Kamyla, a gente sabe quando é hora de parar. Não adianta tentar frear certos sentimentos. Sentimento é sentimento, coisa intangível, incontrolável. Na hora certa, vc vai saber. Ou melhor, a vida vai encaminhá-la naturalmente, seja aonde for...

    Beijão pra vc!

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  5. Triste.. já passei por isso! Quando leio seus textos "me leio". Infelizmente a melhor saída é deixar pra lá.. depois que se faz tudo que pode =/ Foi o que eu fiz, e sei que foi melhor pra mim. Eles só fazem isso porque "nós deixamos", porque estamos sempe disponíveis, e eles não gostam disso.. Continuei andando. Não vou dizer que não dói, porque dói. E eu queria que tivesse sido diferente, mas não se pode viver de 'se' não é verdade?


    "Se não temos a capacidade de controlar nossos sentimentos, muito menos a intensidade que eles se manisfestam, que tenhamos pelo menos a força de tentar controlar nossos atos. Sentimentos não correspondidos, amores mal resolvidos.. descaso, ás vezes o desprezo. Não podemos esquecer do nosso principal amor, o amor próprio."


    seguindo amor =*

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  6. Obrigada pelos comentários, meninas!

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    Ana Gabrielle, você tem toda razão!
    E foi muito corajosa em deixar pra lá...

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