domingo, 8 de agosto de 2010


Não era só saudade, vontade de ficar, não era só isso...
Precisava dele por perto.

Ia além da saudade, da vontade...
Às vezes, eu acordava necessitando dele. Como se ele fosse o ar que eu respiro. E eu esquecia tudo, quebrava todas as promessas de nunca mais tentar me aproximar.

Eu queria, eu precisa tê-lo por perto - nem que fosse muito de vez em quando -
mesmo sabendo que ele não queria.
E eu sabia que se eu não tivesse medo, que se eu fosse em frente com todas as minhas armas, eu poderia conseguir esse "de vez em quando". Mas nem sempre você acorda com essa coragem toda... Existe sempre o medo do não, o medo do o que ele vai pensar. E aí você resolve se afastar, tenta esquecer, deixar ele te procurar (se quiser e quando quiser), então você quase morre de saudades, de vontade... Mas consegue resistir por um tempo. Até acordar em um dia daqueles... Um dia onde tudo te lembra (ainda mais que o normal) , um dia em que a saudade é ainda maior e causa uma dor maior, um dia no qual você sente vontade de viver na cama para sempre. Um dia no qual você sente tanta mas tanta falta que parece impossível viver longe... Como se nada fizesse sentido.
Então você sente uma vontade enorme de ligar
(nem que seja para ouvir o silêncio da pessoa), mas você não sabe se irão atender. Se você liga e não atendem, é ainda pior. E se te dão sua dose diária, você fica bem (ao menos por uns dias, até ter outra "crise de necessidade do outro").

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"De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!"

"Uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros."

(Caio Fernando Abreu)

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