É isso que nós somos hoje.
Cursamos juntos parte das nossas histórias, agora cada um está indo para um lado...
A faculdade acabou, os encontros serão quase impossíveis...
Tudo que fica são as lembranças.
E podem ter certeza que isso ninguém apaga nunca.
Esse texto da Tati Bernardi fala sobre esses "encontros" e "desencontros":
"Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre vão embora. Talvez essa seja a pior coisa do mundo.
Ele vai embora, sempre (...). Odeio a sua ansiedade curiosa pelo que vem depois. Que se dane o depois, eu sou agora, ou pelo menos era.
Ele vai embora, sempre, quando o parágrafo passa de três linhas, o pensamento dele ultrapassa meus olhos, o som se perde da minha boca para qualquer outro canto do mundo que não tenha seus ouvidos e ele olha fixamente para qualquer outra coisa que não seja a minha existência. Sempre a mesma cara de tédio e de busca pelo resto que não se repete ou não se prolonga. Ele sempre vai embora quando eu queria que ele se perdesse um pouco, rasgasse a agenda, lançasse o celular no rio, desligasse todos os toques, luzes e sinais de que há todo o resto. Esquecesse do sono, do livro (...). Ele sempre vai embora do meu mundo (...).
Ele sempre vai embora antes da gente ser alguma coisa juntos. Vivo com essa sensação de abandono, de falta, de pouco, de metade. Mas nada disso é novidade. (...) Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. São as pessoas que resolvem me deixar, melhor assim, adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Nada é eterno, não quero brincar de Deus.
(...) Foi embora a segunda porque ficou tarde, foi embora a terceira porque teve medo de ficar pra sempre, (...) Foi embora pra sempre, mas pra sempre pode durar duas horas, (dois dias/dois meses) dois anos ou duas encarnações. (...)
(...) Sempre ia embora na espera de que existisse algo melhor do que eu, mas não ia definitivamente porque não é todo dia que aparece alguém melhor do que eu. (...) Mas a última vez que ele foi embora, antes me deu um abraço de quem nunca saiu do mesmo lugar. O abraço e o seu olhar de quem nunca sabe direito porque vai embora ficaram pra sempre comigo.
(...)
Todo mundo chega na sua vida. Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre chegam. Talvez essa seja a melhor coisa do mundo. Como naquele texto que não lembro, daquela pessoa que não lembro (...). No final a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora..."
"O abraço e o seu olhar de quem nunca sabe direito porque vai embora ficaram pra sempre comigo."
ResponderExcluirmt lindo *-*
Oi Kamila!!!
ResponderExcluirAdoro os textos da Tati Bernardi, são sensíveis e ao mesmo tempo de dar chute na canela...
Eu tô nessa ai... só que ele não chegou depois que eu fui embora... ele simplesmente nunca chegou, eu que fiz da espera um encontro, sozinha.
Um dia, eu aprendo!
beijos